13.5.07

Para a minha mãe

Salve salve aquela que me pariu entre dores e desamores
e fez de mim sua filha.
A mulher da disciplina, do não e do porque sim.
Da vida de casa da briga pelo dever do almoço gostoso.
Mulher que pouco fala mas muito entende,
sem tempo para angústias maiores ou menores
seu lugar maior é a mãe.
Silêncios que causavam conflitos
E conflitos que sangravam sem estancar
Uma e outra sem saber como amar
Mas ainda assim amando até o fim
Um dia há de sermos três, eu ela e o meu que virá
Iremos a praia, a fazenda e contaremos nossas histórias
Como as famílias fazem.

1.5.07

A morte

Para uma morte há sempre uma desculpa.
Ou uma relutante insistência do injusto, do fora do tempo.
E de quando em quando abre-se uma lacuna...
e ficamos nos cantos, esperando que isto passe.
Não é a aceitação resignada como parece,
talvez seja suportar a ausência.

Eu penso o tempo todo nos dias e nas coisas que tenho que fazer
como se eu não fosse também morrer um dia.
E que todo o resto não fosse apenas histórias que irão sim acabar.

Tabu, tabu.
Morte é.
Não é metáfora.